quarta-feira, 20 de abril de 2011

Como evitar o bullying?

A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia) sugere as seguintes atitudes para um ambiente saudável na escola:
- Conversar com os alunos e escutar atentamente reclamações ou sugestões;
- Estimular os estudantes a informar os casos;
- Reconhecer e valorizar as atitudes da garotada no combate ao problema;
- Criar com os estudantes regras de disciplina para a classe em coerência com o regimento escolar;
- Estimular lideranças positivas entre os alunos, prevenindo futuros casos;
- Interferir diretamente nos grupos, o quanto antes, para quebrar a dinâmica do bullying.
Todo ambiente escolar pode apresentar esse problema. "A escola que afirma não ter bullying ou não sabe o que é ou está negando sua existência", diz o pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia). O primeiro passo é admitir que a escola é um local passível de bullying. Deve-se também informar professores e alunos sobre o que é o problema e deixar claro que o estabelecimento não admitirá a prática.

"A escola não deve ser apenas um local de ensino formal, mas também de formação cidadã, de direitos e deveres, amizade, cooperação e solidariedade. Agir contra o bullying é uma forma barata e eficiente de diminuir a violência entre estudantes e na sociedade", afirma o pediatra.

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Teste, você sofre ou é vítima de bullying?

Teste sem validade científica feito com a colaboração de Daniel Kerry, bacharel e licenciado em Psicologia pela Unesp e mestrando em Psicologia pela UFSC.

1 - Como é seu relacionamento com as pessoas na sua sala de aula e/ou escola?
Conversa com todo/as, afinal todo mundo é amigo(a) de todos.
Possui poucos amigos e não tem muita facilidade de se entrosar com a turma.
Conversa com seus amigos e faz questão de não se enturmar com pessoas de estilos muito “diferentes” de você ou tímidas.
2 - Como você se sente a maior parte do tempo na escola?
Com baixa auto-estima, impaciente e retraído(a)
Tranquilo(a) e calmo, como em outro lugares
Popular, “poderoso(a)” e influente na turma
3 - Em relação à sua participação nas aulas de Educação Física, qual das alternativas abaixo mais se aproxima de você?
Faz questão de jogar com pessoas boas no esporte e não deixa as que não levam muito jeito entrarem no seu time.
Faz qualquer tipo de esporte, pois acha que todo mundo é capaz de praticar exercícios.
Se não for muito bom/boa em algum esporte, prefere não participar para a turma não caçoar de você.
4 - Em geral, você:
Chama as pessoas por apelidos que você e/ou a turma dá aos outros, mesmo que a pessoa que os recebeu não goste deles.
Recebe apelidos que não lhe agradam muito e se sente ofendido(a) e chateado(a) com eles.
Recebe e dá apelidos nos colegas, mas se preocupa se quem os recebe se sente ofendido. Você consegue expressar quando não gosta do apelido colocado em você.
5 - Como um todo, de que jeito você vê as pessoas da sua sala e/ou escola?
Como pessoas que não são muito simpáticas, difíceis de fazer amizades e não respeitam os outros.
Tem sua rede de amigos, mas sempre há alguns esquisitos com os quais vocês não conversam e não deixam participar do grupo.
Acha que existe muita gente diferente, mas isso não faz ninguém melhor ou pior.
6 - Assinale a situação na qual você se enquadra mais frequentemente:
Se você e seus amigos passam por alguém vestido de forma “estranha”, ou falando de um jeito diferente, vocês acabam espalhando comentários sobre essa pessoa pela sala.
Procura não se envolver muito em boatos e evita situações de violência ou constrangimentos.
Seus colegas de classe geralmente falam mal de você, o que te faz se sentir intimidado(a) e triste.
7 - O que é a escola para você?
Um lugar pouco acolhedor, inseguro e que não te atrai.
Um lugar de competitividades, onde precisa sempre ser o/a melhor ou estar perto de pessoas populares.
Um lugar onde existem conflitos entre as pessoas, mas que, independente disso, é possível viver coisas boas lá dentro.
8 - Qual das alternativas abaixo apresentam características que mais se aproximam de você?
Impulsivo(a), controlador(a) e líder.
Sociável, amigável, seguro(a).
Tímido(a), triste, inseguro(a).
9 - Assinale a alternativa que indica uma situação pela qual você já passou e/ou passa frequentemente:
Sofre gozação dos colegas da sala, é alvo de chacotas e não se sente integrado à turma.
Presencia situações em que algumas pessoas ofendem e perseguem outra pessoa.
Tira sarro, zoa, ignora e exclui pessoas que você não gosta.
10 - Em relação à violência física na escola, você:
Já agrediu alguém, uma vez ou mais.
Já foi agredido por alguém, uma vez ou mais.
Já presenciou uma agressão.
11 - Quando uma pessoa na sua sala te incomoda, você:
Tenta evitá-la, com medo ou receio que ela lhe faça algum mal ou te incomode mais ainda.
Fica na sua e tenta agir normalmente, evitando grandes conflitos.
Faz comentários negativos sobre a pessoa, provoca-a e faz com que seus amigos se sintam incomodados com ela também.
12 - O que você procura fazer na hora do intervalo?
Está sempre com muitos amigos, mas não deixa que pessoas que você não gosta circulem entre seu grupo.
Se isola num canto, onde preferencialmente não passa muita gente. Fica a maior parte do tempo sozinho(a).
Conversa com os amigos e dá uma circulada pela escola.
 Veja o resultado no site guia do estudante!

Alcunhas ou apelidos

Normalmente, uma alcunha (apelido) é dada a alguém por um amigo, devido a uma característica única dele. Em alguns casos, a concessão é feita por uma característica que a vítima não quer que seja chamada, tal como uma orelha grande ou forma obscura em alguma parte do corpo. Em casos extremos, professores podem ajudar a popularizá-la, mas isto é geralmente percebido como inofensivo ou o golpe é sutil demais para ser reconhecido. Há uma discussão sobre se é pior que a vítima conheça ou não o nome pelo qual é chamada. Todavia, uma alcunha pode por vezes tornar-se tão embaraçosa que a vítima terá de se mudar (de escola, de residência ou de ambos).

Legislação

No Brasil, a gravidade do ato pode levar os jovens infratores à aplicação de medidas sócio-educativas.De acordo pelo código penal brasileiro, a negligência com um crime pode ser tida como uma coautoria. Na área cívil, e os pais dos bullies podem, pois, ser obrigados a pagar indenizações e podem haver processos por danos morais.
A legislação jurídica do estado brasileiro de São Paulo define assédio escolar como atitudes de violência física ou psicológica, que ocorrem sem motivação evidente praticadas contra pessoas com o objetivo de intimidá-las ou agredi-las, causando dor e angústia.
Os atos de assédio escolar configuram atos ilícitos, não porque não estão autorizados pelo nosso ordenamento jurídico, mas por desrespeitarem princípios constitucionais (ex: dignidade da pessoa humana) e o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. A responsabilidade pela prática de atos de assédio escolar pode se enquadrar também no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de assédio escolar que ocorram nesse contexto.[27]
No estado brasileiro do Rio de Janeiro, uma lei estadual sancionada em 23 de setembro de 2010 institui a obrigatoriedade de escolas públicas e particulares notificarem casos de bullying à polícia. Em caso de descumprimento, a multa pode ser de três a 20 salários mínimos (até R$ 10.200) para as instituições de ensino.
Na cidade brasileira de Curitiba todas as escolas têm de registrar os casos de bullying em um livro de ocorrências, detalhando a agressão, o nome dos envolvidos e as providências adotadas.

Condenações legais

Dado que a cobertura da mídia tem exposto o quão disseminada é a prática do assédio escolar, os júris estão agora mais inclinados do que nunca a se simpatizarem com as vítimas. Em anos recentes, muitas vítimas têm movido ações judiciais diretamente contra os agressores por "imposição intencional de sofrimento emocional" e incluindo suas escolas como acusadas, sob o princípio da responsabilidade conjunta. Vítimas norte-americanas e suas famílias têm outros recursos legais, tais como processar uma escola ou professor por falta de supervisão adequada, violação dos direitos civis, discriminação racial ou de gênero ou assédio moral.
No Brasil
Uma pesquisa do IBGE realizada em 2009 revelou que quase um terço (30,8%) dos estudantes brasileiros informou já ter sofrido bullying, sendo maioria das vítimas do sexo masculino. A maior proporção de ocorrências foi registrada em escolas privadas (35,9%), ao passo que nas públicas os casos atingiram 29,5% dos estudantes.
No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com 5.168 alunos de 25 escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. Entre todos os entrevistados, pelo menos 17% estão envolvidos com o problema - seja intimidando alguém, sendo intimidados ou os dois. A forma mais comum é a cibernética, a partir do envio de e-mails ofensivos e difamação em sites de relacionamento como o Orkut.
Em 2009, uma pesquisa do IBGE apontou as cidades de Brasília e Belo Horizonte como as capitais brasileiras com maiores índices de assédio escolar, com 35,6% e 35,3%, respectivamente, de alunos que declararam esse tipo de violência nos últimos 30 dias.[31]
Casos célebres
Na Grande São Paulo, uma menina apanhou até desmaiar por colegas que a perseguiam e em Porto Alegre um jovem foi morto com arma de fogo durante um longo processo de assédio escolar.
Em maio de 2010, a Justiça obrigou os pais de um aluno do Colégio Santa Doroteia, no bairro Sion de Belo Horizonte, a pagar uma indenização de R$ 8 mil a uma garota de 15 anos por conta de assédio escolar. A estudante foi classificada como G.E. (sigla para integrantes de grupo de excluídos) por ser supostamente feia e as insinuações se tornaram frequentes com o passar do tempo, e entre elas, ficaram as alcunhas de tábua, prostituta, sem peito e sem bunda. Os pais da menina alegaram que procuraram a escola, mas não conseguiram resolver a questão.  O juiz relatou que as atitudes do adolescente acusado pareciam não ter "limite" e que ele "prosseguiu em suas atitudes inconvenientes de 'intimidar'", o que deixou a vítima, segundo a psicóloga que depôs no caso, "triste, estressada e emocionalmente debilitada". O colégio de classe média alta não foi responsabilizado.
Na USP, o jornal estudantil O Parasita ofereceu um convite a uma festa brega aos estudantes do curso que, em troca, jogassem fezes em um gay. Um dos alunos a quem o jornal faz referência chegou a divulgar, em outra ocasião, estudantes da Farmácia chegaram a atirar uma lata de cerveja cheia em um casal de homossexuais, que também era do curso, durante o tradicional happy hour de quinta-feira na Escola de Comunicações e Artes da USP. Ele disse que não pretende tomar nenhuma providência judicial contra os colegas, embora tenha ficado revoltado com a publicação da cartilha.
Também em junho de 2010, um aluno de nona série do Colégio Neusa Rocha, no Bairro São Luiz, na região da Pampulha de Belo Horizonte, foi espancado na saída de seu colégio, com a ajuda de mais seis estudantes armados com soco inglês.[42] A vítima ficou sabendo que o grupo iria atacar outro colega por ele ser "folgado e atrevido", sendo inclusive convidada a participar da agressão.
Em entrevista ao Estado de Minas, disse: Eles me chamaram para brigar com o menino. Não aceitei e fui a contar a ele o que os outros estavam querendo fazer, como forma de alertá-lo. Quando a dupla soube que contei, um deles colocou o dedo na minha cara e me ameaçou dentro de sala, durante aula de ciências. Ele ainda ligou, escondido, pelo celular, para outro colega, que estuda pela manhã, e o chamou para ir à tarde na escola.
Durante o ano de 2010, Bárbara Evans, filha de Monique Evans e estudante da Universidade Anhembi Morumbi (onde cursava o primeiro ano de Nutrição), em São Paulo, entrou na Justiça com um processo de assédio escolar realizado por seus colegas.[45] No dia 12/06/2010, um sábado à noite, o muro externo do estacionamento do campus Centro da referida Universidade foi pichado com ofensas a ela e a sua mãe.
Em recente caso julgado no Rio Grande do Sul (Proc. nº 70031750094 da 6ª Câmara Cível do TJRS), a mãe do bullie foi condenada civilmente a pagar indenização no valor de R$ 5 mil (cinco mil reais) à vítima. Foi um legítimo caso de cyberbullying, já que o dano foi causado por meio da Internet, em fotolog (flog) hospedado pelo Portal Terra. No caso, o Portal não foi responsabilizado, pois retirou as informações do ar em uma semana. Não ficou claro, entretanto, se foi uma semana após ser avisado informalmente ou após ser judicialmente notificado.[47]
Alguns casos de assédio escolar entre crianças têm anuência dos próprios pais, como um envolvendo um garoto de 9 anos de Petrópolis. A mãe resolveu tirar satisfação com a criança que constantemente agredia seu filho na escola e na rua, mas o pai do outro garoto, em resposta, procurou a mãe do outro garoto chamado de "boiola" e "magrelo". Ela foi empurrada em uma galeria, atingida no rosto, jogada no chão e ainda teve uma costela fraturada. O caso registrado em um vídeo foi veiculado na internet e ganhou os principais jornais e telejornais brasileiros.
Em 2011, a 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou uma escola privada a pagar indenização a uma vítima de bullying
Em 2011, o Massacre de Realengo, no qual 12 crianças morreram alvejadas por tiros, foi atribuído, por ex-estudantes da escola e ex-colegas do atirador, a uma vingança por bullying.O atirador, que se suicidou durante a tragédia, também citou o bullying como a motivação para o crime nos vídeos recuperados pela polícia durante as investigações.